domingo, 10 de março de 2013

CONTINUAÇÃO DA ANALISE... PARTE II

5. A escrita na escola : ler e escrever para quê?
Inicio com o objetivo que a escola traz, ensinar a ler e escrever. Temos um objetivo claro, "levar o aluno ao domínio da norma padrão, principalmente em sua modalidade escrita, sendo esse domínio a condição prévia para o exercício da cidadania, sobretudo, para o aluno de classe social baixa."
Com esse objetivo penso que nem de longe se pretende deixar de praticar o ensino arbitrário,  deixar de ater-se a gramática. Muito menos o de democratizar esse ensino , porque constrói-se um currículo arbitrário já com intenção de dificultar o conhecimento.
Logo, o papel da escola se resume na formação do leitor e do escritor que não é capaz de exercer o uso da linguagem. E falha com relação a construção de competências que trazem a utilização desses conhecimentos.
Não consegue atingir esses alvos, de levar o aluno ao domínio de nada, nem tão pouco a usar esses conhecimentos em seu cotidiano. E quem de fato está preocupado com a classe baixa?
 O ensino de Língua Portuguesa não atinge seu propósito no que se refere a função social da escrita, visto que há uma necessidade de conhecimento que surge por conta de circunstâncias específicas de ordem social e individual, não há apropriação dos bens culturais e  tem fim  em si mesma.
Também achei interessante destacar um outro pensamento, que é a concepção de leitura como ato de prazer. Supõe-se que ler precisa ser bom, o texto deve ser sedutor e precisa gerar desejo no leitor.
A autora aponta esse pensamento perigoso, pois sua base está  atrelada a um fundamento da crítica subjetivista e é falsa. Essa perspectiva pode levar a equívocos.
A escola busca homogeneizar, com isso perde a capacidade de ensinar de fato com ritos e costumes arraigados fomentando uma ideia equivocada de acesso à educação.
Pretende-se ao produzir o texto escrito uma capacidade de arrumar o entendimento, então ao escrever o aluno produz sentido, ele coloca no texto o que entendeu e tem significado.
É interessante perceber que há uma crise nesse sistema de ensino, e ela é histórica, porque não conseguimos  de verdade avançar nessas questões de adequação da aprendizagem, essas dificuldades estão sempre presentes, os resultados dela são sérios e mesmo com alguns esforços não chega a melhorar.
6.O texto é/ e não é pretexto:
Aqui o ponto de partida é o texto, por meio dele trabalha-se as estruturas gramaticais, o contexto e gêneros.
Mas encontramos nessas práticas muito da tendência tradicional, um mecanicismo muito arraigado. Não há uma prática de uso da reflexão do uso desses textos na vida cotidiana.
O texto deve servir de subsídio para que o sujeito  tenha condições de conhecer, e de posse desse conhecimento tenha competência produtiva de linguagem oral e escrita.
Acredito que a orientação que os PCNs trazem acerca disso já é muito boa, pois facilita o entendimento de como esses textos poderão ser usados em sala de aula sem se prender as normas gramaticais.Inclusive sugere atividades, formas de tratamento didático, orientações que servirão de grande ajuda principalmente para os educadores que estão começando a carreira.
Acredito que uma das formas de trabalhar textos com as crianças é disponibilizar uma grande variedade deles e procurar explorar o máximo possível de cada tipo ou gênero.Tudo isso sempre acompanhado de desafios, interpretações, ousando explorar  e assim ampliando o conhecimento das crianças.
7. Variação Linguística e Relação Língua Oral e Escrita:
Gostei muito da proposta que usa o caráter de mediação da oralidade para a construção de conhecimento e hipóteses sobre o funcionamento e função da escrita.
Nessa proposta o professor se coloca na posição de escriba e as crianças falam sobre o que gostariam de conhecer, e o professor vai registrando o que é falado. Surge então uma experiência e construção de texto .
Pela observação do que foi escrito pelas crianças já dá para perceber que a escrita serve para alguma coisa.
Com isso desmistificamos a dificuldade de se apropriar dessa habilidade junto as crianças. O uso da linguagem formal, elas observam tudo, e vão se auto corrigindo, sem precisar que o professor seja autoritário.
8. Avaliação: um final sintético.
A autora nos traz uma estratégia para organizar e compreender melhor o processo de ensino-aprendizado que seria a produção do texto de forma individual  e coletiva, para compor um texto mais definitivo e melhor explorado.
A avaliação nesse sentido ganha uma postura mais descomprometida, mas não deixando de ter rigor.
Seu tratamento precisa ser interdisciplinar, como sugere os PCNs, que seja contextualizado e explore o máximo dentro da proposta curricular do local.
Mas preciso lembrar que a maioria dos professores nem sabem trabalhar nessa perspectiva e muito menos sabem tornar essas teorias em prática, logo esbaramos na desqualificação dos professores, no papel a proposta é linda , mas a realidades é que parece mais viável ensinar linguagem pelos métodos tradicionais.
Por fim percebi que os diversos currículos ,que por aí circulam, não se garantem em sua proposta original.








  


Um comentário:

  1. Sanla, sua análise ficou excelente! Vc consegue destrinchar o texto, colocando sua compreensão e dando sua opinião em cada tópico abordado. Você consegue estabelecer uma relação de compreensão do texto, ao mesmo tempo que procura discutir as ideias da autora. Parabéns!!! Uma sugestão: o vídeo colocado é interessante, porém você deveria fazer um comentário, resumindo seu teor e suas relações com o que o texto discute. Chame o leitor para ver o vídeo!!

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